O espírito indomável de Anabela Cossa, com seu corpo franzino e semblante sereno, é um verdadeiro fenómeno a ser estudado. Diz, uma música brasileira, que é Deus quem escolhe a estrela que deve brilhar. E assim é. Ele escolheu Anabela para brilhar - não apenas dentro do campo, mas também fora dele.

Porém, ela não se limitou a receber e desfrutar dessa bênção divina. Trabalhou arduamente para honrar o que Deus, em sua generosidade, lhe emprestou: o talento.

Um talento que, incontáveis vezes, alimentou os sonhos de milhões de moçambicanos, seja como atleta da selecção ou dos clubes que representou; seja como exímia triplista ou brilhante playmaker_.

Mais do que uma jogadora excepcional, Anabela é um ser humano de elevado humanismo. A cada degrau de escada que subia para receber a medalha, olhava fixamente para o céu e apontava com o dedo indicador, como quem diz: "É para ti, meu irmão (Alves Cossa, em memória). Este título é por ti, mano. Receba-o."

Hoje, quero celebrar e prestar homenagem não apenas à Anabela vizinha, amiga e menina da baixa da codade, mas também à Anabela esposa, mãe e eterna triplista por excelência. Um exemplo de dedicação, fé e força que transcende o basquetebol e inspira toda uma nação.

Obrigado, Anabela, por ser luz no caminho de tantos.