O Brera Tchumene poderá anunciar nas próximas horas a sua desistência do Moçambola-2025 e da atividade desportiva em geral, devido a dificuldades financeiras agravadas pelo abandono do projeto por parte dos italianos da Brera Holdings há cerca de três semanas. Segundo uma fonte da direção do clube, a comunicação oficial deverá ser enviada hoje à Federação Moçambicana de Futebol (FMF), à Liga Moçambicana de Futebol (LMF) e à Associação Provincial de Futebol de Maputo (APFM).
A possível desistência representa um revés para os “nero-verdis”, que, após o rompimento com os italianos, tentaram manter-se ativos ao firmar um acordo com um grupo de investidores nacionais e estrangeiros. Esse movimento trouxe esperança ao clube, levando à sua filiação na APFM e ao licenciamento junto da FMF. Além disso, o Brera contratou o técnico Sebastião Sitói para preparar a nova época, numa verdadeira corrida contra o tempo.
No entanto, as dificuldades persistem. Os novos investidores ainda não disponibilizaram qualquer verba, gerando desconfiança e incerteza dentro do clube. A falta de fundos impediu o início dos treinos, inicialmente previstos para a semana passada, e o pagamento de salários e prémios em atraso aos jogadores e funcionários. O clube também deve três prémios de jogo do Moçambola-2024, um valor reivindicado há meses pelos atletas.
Se a desistência se concretizar, o Moçambola-2025 será disputado por 13 clubes, um número ímpar, pois o prazo de inscrição junto da FMF termina amanhã, 21 de fevereiro, sem possibilidade de prorrogação. Além disso, o Brera terá de negociar rescisões com jogadores, funcionários e o treinador Sebastião Sitói. A maior parte do plantel, que tem vínculo com a Black Bulls, deverá regressar ao clube de origem, minimizando os impactos financeiros da saída.
O futuro do Brera Tchumene parece incerto, e o desfecho desta situação poderá ter repercussões significativas no futebol moçambicano.