A história do futebol moçambicano é rica em talentos, mas poucos nomes se destacam tanto quanto o de Chiquinho Conde, cuja trajetória, tanto como jogador quanto como treinador, consolidou-o como uma figura central no desporto nacional após a Independência. Francisco Queirol Conde Júnior, como é oficialmente conhecido, é um dos protagonistas em cinco das seis participações dos “Mambas” na Taça das Nações Africanas (CAN), um feito que o coloca como referência incontestável do futebol em Moçambique.
O Primeiro Moçambicano a Romper Barreiras
Em 1987, Chiquinho Conde fez história ao se tornar o primeiro atleta moçambicano oficialmente autorizado pelo governo a emigrar para jogar no estrangeiro. A transferência do Maxaquene para o Belenenses CF, de Portugal, não foi apenas uma conquista pessoal, mas também abriu portas para que outros talentos moçambicanos seguissem o mesmo caminho. O feito ocorreu em um momento em que Moçambique começava a experimentar mudanças políticas e econômicas significativas, marcando o início de uma nova era para o futebol do país.
Um Líder Dentro e Fora de Campo
Conde não apenas abriu caminho para a internacionalização do futebol moçambicano, como também teve uma carreira memorável como jogador. Aos 21 anos, em 1986, participou do primeiro CAN de Moçambique, realizado no Egito. Mais tarde, em 1996 e 1998, como capitão, liderou os “Mambas” nas edições do torneio realizadas na África do Sul e em Burkina Faso, respectivamente. Sua presença em campo era mais do que técnica; ele era um símbolo de liderança e inspiração para seus companheiros.
A Transição para o Banco Técnico
Após pendurar as chuteiras, Chiquinho Conde continuou a escrever sua história como treinador. Embora tenha estado ausente da participação dos “Mambas” no CAN de 2010, realizado em Angola, ele retornou em grande estilo ao liderar a seleção nas qualificações para as edições de 2023 e 2025. Como técnico, sua influência e conhecimento foram fundamentais para devolver Moçambique ao cenário continental, reafirmando seu papel de destaque no futebol nacional.
Uma Presença Marcante em Cinco CAN
Quando analisamos as seis participações de Moçambique no CAN, o nome de Chiquinho Conde aparece em cinco delas:
1986: Jovem jogador na estreia do país no torneio.
1996 e 1998: Capitão e líder em campo.
2023 e 2025: Treinador responsável pelas classificações.
Essa consistência ao longo de décadas demonstra a relevância de Chiquinho Conde em todas as etapas do futebol moçambicano, seja abrindo caminhos, liderando equipes ou guiando as novas gerações como treinador.
Um Legado Inquestionável
Dada sua contribuição única e duradoura, é difícil contestar o título de maior ator do futebol moçambicano pós-Independência atribuído a Chiquinho Conde. Ele não apenas representou o país com honra, mas também ajudou a moldar o futebol nacional, deixando um legado que transcende gerações e continuará a inspirar futuros talentos.