Após uma temporada marcada por dificuldades dentro de campo, os jogadores do Desportivo de Nacala, equipa da principal divisão do futebol moçambicano, o Moçambola, concentraram-se nas instalações do clube em protesto contra o não pagamento de salários em atraso, prémios de jogos e passagens aéreas para o regresso às suas localidades de origem. A exigência surge num momento de frustração, com os atletas a denunciarem não apenas a falta de pagamento, mas também as condições precárias a que foram sujeitos ao longo da competição.
A direcção do Desportivo de Nacala, liderada por Lodovino Beleza, é acusada de dever dois meses de salários (Outubro e Novembro), quatro prémios de jogos e bilhetes aéreos para os jogadores que não residem na cidade de Nacala. A insatisfação generalizada entre os jogadores tem raízes na falta de comunicação e na ausência de explicações por parte da direcção, que, segundo fontes próximas ao plantel, tem demonstrado desinteresse em resolver a situação.
“Estamos a ser completamente ignorados e deixados à mercê, mesmo depois de termos assegurado a nossa permanência no Moçambola”, desabafou um jogador sob anonimato. A equipa terminou a temporada na oitava posição, com 24 pontos, garantindo assim a continuidade na principal liga do futebol moçambicano. No entanto, os problemas financeiros agora enfrentados ameaçam a estabilidade do clube e colocam em risco a sua preparação para a próxima temporada.
O protesto gerou um clima tenso dentro do clube, mas até ao momento não houve qualquer resposta oficial da direcção. A situação financeira continua a ser um ponto de preocupação para os jogadores e adeptos, que esperam uma resolução rápida para evitar maiores repercussões na equipa e no futuro do Desportivo de Nacala.