O município da Matola foi palco, neste fim de semana, do seminário de KickBoxing, uma modalidade que tem vindo a ganhar terreno no panorama desportivo moçambicano. O evento, acompanhado de perto pela Sport Jogos, evidenciou não só o progresso técnico da disciplina no país, como também o envolvimento de várias figuras públicas e a aposta clara na formação de novos praticantes.
Criada oficialmente em Moçambique em 2012, a Associação Moçambicana de KickBoxing celebra agora mais de uma década de existência, com resultados palpáveis. Entre os marcos mais relevantes está a conquista do primeiro lugar em competições internacionais realizadas no Zimbábue, uma vitória que simboliza a evolução e o potencial da modalidade.
Segundo Eduardo Vieira, presidente da associação e mestre da modalidade, o KickBoxing em Moçambique está num processo contínuo de crescimento e reconhecimento. “Já tem muita gente que quer aderir. Pensando nisso, estamos a organizar formações para pessoas já formadas em outros sistemas, para que se especializem também no KickBoxing e ajudem a divulgar. Esse é o caminho para expandirmos esta arte pelo país todo”, afirmou o mestre, que também fundou a associação em território nacional. Para ele, o grande desafio continua a ser a sustentabilidade do desporto num contexto nacional ainda limitado em termos de apoios.
O seminário também foi palco para histórias de superação pessoal, como a de Lucas Sitoe, produtor de televisão e atleta de KickBoxing. “Tornei-me atleta por necessidade física. Estava com 94 quilos e, com o KickBoxing, cheguei aos 72”, contou Lucas, que atualmente pratica a modalidade ao lado do seu filho, premiado com duas medalhas e eleito MVP do último evento. Para Lucas, o KickBoxing é mais do que desporto — é uma ponte entre a vida social e o equilíbrio pessoal.
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A Sport Jogos também conversou com Daniel Mise, o primeiro moçambicano a conquistar uma medalha internacional em KickBoxing, ao sagrar-se campeão no Zimbábue. “O segredo do sucesso é foco, resiliência, amor pelo que se faz, e não permitir que terceiros dirijam a nossa vida”, declarou Daniel, que também é um dos primeiros alunos a alcançar o nível de centurião preto no país. Ele destacou ainda os valores que a modalidade lhe proporcionou, como disciplina, auto-defesa e respeito ao próximo.
O KickBoxing, como ficou claro durante o seminário, é uma modalidade aberta a todos, independentemente da profissão ou idade. Entre os praticantes presentes estavam Filly, influenciadora digital e DJ, e CR Boy, um dos videomakers mais reconhecidos no cenário artístico nacional, ambos ativos na modalidade e exemplos de que o desporto pode coexistir com outras paixões e carreiras.
Com o crescimento da procura, a associação já projeta novos eventos de formação e parcerias, reforçando que o KickBoxing está preparado para conquistar um lugar de destaque no panorama desportivo moçambicano.
