A seleção moçambicana entrou em campo determinada contra a Argélia, mas encontrou um adversário bem preparado que soube neutralizar as suas investidas e garantir a vitória. O resultado não apenas marca um revés para os Mambas, mas também traz reflexões importantes para o desenvolvimento do futebol moçambicano, desde a mentalidade competitiva até a infraestrutura disponível para a equipa nacional.
O Peso do Fator Casa e o Problema do Estádio
Uma das principais diferenças entre Moçambique e Argélia nesse confronto foi o impacto do apoio do público. O chamado “12º jogador” fez a diferença para os argelinos, algo que os Mambas não podem usufruir da mesma forma, pois Moçambique tem um estádio de nível internacional – o Estádio Nacional do Zimpeto – mas este está interditado pela Confederação Africana de Futebol (CAF).
A interdição do estádio significa que a seleção moçambicana tem sido obrigada a disputar os seus jogos “em casa” em outros países, perdendo não só o apoio direto dos adeptos, mas também a vantagem de jogar num ambiente familiar. Este problema deve ser tratado com urgência pelas entidades responsáveis pelo desporto no país. É essencial que se façam os ajustes necessários para que o Zimpeto volte a estar apto a acolher partidas internacionais.
A Mentalidade de Vencedor e a Urgência de Reformas
Além da questão estrutural, a partida contra a Argélia evidenciou a importância da mentalidade competitiva. Em jogos decisivos, a determinação e a atitude vencedora fazem a diferença. O futebol moçambicano precisa consolidar uma cultura de competitividade, começando desde as categorias de base até à seleção principal.
Os órgãos desportivos também devem tirar lições dessa derrota. Não basta apenas exigir melhores resultados da equipa nacional sem proporcionar as condições adequadas para a sua preparação e desempenho. É fundamental investir na melhoria das infraestruturas, na formação de atletas e treinadores e na valorização da Liga Moçambicana para que os jogadores tenham um ambiente competitivo de alto nível antes de representarem o país internacionalmente.
O Caminho a Seguir
A derrota na Argélia não deve ser vista apenas como um tropeço, mas como um alerta. Se Moçambique quer evoluir no futebol africano e mundial, precisa de soluções concretas e imediatas. A reabilitação do Estádio Nacional do Zimpeto, o fortalecimento da liga local e o investimento contínuo na seleção são passos essenciais para que o país possa, no futuro, competir de igual para igual com as grandes seleções do continente.
Com determinação, trabalho e a colaboração de todos – jogadores, treinadores, adeptos e órgãos desportivos – o futebol moçambicano pode dar passos firmes rumo a um futuro mais competitivo e vitorioso.
